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A vespa parasitóide Lysiphlebus fabarum, conhecida por atacar pulgões em lavouras da Europa, apresenta uma peculiaridade biológica intrigante. Algumas de suas populações reproduzem-se exclusivamente por partenogênese — forma de reprodução assexuada que não requer machos. Outras, sexualmente. Mas entre elas, há um grupo que pode alternar entre os dois modos.
Esse comportamento, conhecido como sexo facultativo, tem sido considerado por evolucionistas uma via para combinar os benefícios genéticos do sexo com a eficiência reprodutiva da partenogênese.
No entanto, estudo recente indica que essa flexibilidade pode ser um fardo. Fêmeas que geralmente se reproduzem sem machos, mas que ocasionalmente copulam, sofrem perdas significativas de sucesso reprodutivo. Em vez de "ter o melhor dos dois mundos", elas parecem colher o pior.
Rebecca Boulton, da Universidade de Stirling, investigou sete linhagens assexuadas e uma população sexual da espécie. Fêmeas foram expostas a machos ou mantidas virgens. Em ambos os casos, receberam pulgões como hospedeiros para parasitismo.
Aquelas que copularam foram avaliadas para determinar se realmente utilizaram esperma para fertilizar seus ovos. Em seguida, a performance reprodutiva dessas fêmeas e de suas filhas foi monitorada por duas gerações.
Os resultados foram claros. A reprodução sexual por fêmeas usualmente assexuadas resultou em taxa mais alta de fracasso reprodutivo. Elas geraram menos "múmias" — pulgões mortos com larvas da vespa se desenvolvendo — e, entre estas, menos adultos emergiram. As filhas dessas fêmeas também tiveram menor sucesso ao parasitar novos pulgões.
Ao contrário do que se esperava, a vantagem clássica da reprodução assexuada — evitar o chamado "custo dos machos", ou seja, produzir apenas filhas — não se confirmou. As fêmeas sexuais produziram tantas filhas quanto as assexuadas. O motivo? Maior fecundidade das sexuais. Mesmo investindo em filhos de ambos os sexos, conseguiram manter o número de filhas em patamar semelhante.
Além disso, houve custos adicionais não previstos para o sexo facultativo. Parte das crias híbridas — resultado da mistura genética entre linhagens assexuadas e sexuais — pode sofrer de problemas genéticos como triploidia ou depressão por cruzamento entre indivíduos geneticamente distantes. A hipótese da "derrapagem genética", onde combinações genéticas coadaptadas se desfazem ao acaso, ganhou força para explicar o insucesso das descendentes das fêmeas que cruzaram.
Apesar de reprodutivamente ineficaz, o comportamento sexual se manteve presente em todas as sete linhagens assexuadas testadas, mesmo após centenas de gerações sem contato com machos.
Essa persistência levanta a questão: por que características sexuais dispendiosas, como aceitação de cópula e uso de esperma, não foram eliminadas por seleção natural?
Uma das hipóteses envolve a estratégia de "aposta contra o risco". No final do verão, as populações de L. fabarum aumentam rapidamente antes de um colapso sazonal. Nessa fase, encontrar machos torna-se mais provável e o ambiente mais instável. O sexo, nesse contexto, pode gerar diversidade genética útil para sobreviver ao inverno. O custo imediato de menor fertilidade pode ser compensado por maior chance de adaptação futura.
Outro fator importante é a estrutura social e comportamental da espécie. As vespas tendem a parasitar no mesmo local onde emergiram, o que favorece cruzamentos entre irmãos. A endogamia, nesse caso, pode reduzir os efeitos negativos do cruzamento entre linhagens muito diferentes, como seria o caso de uma fêmea assexuada cruzando com um macho sexual distante.
O estudo também aponta que a ocorrência de sexo entre fêmeas assexuadas e machos sexuais — ou até entre raros machos gerados por partenogênese — pode manter a diversidade genética observada nas populações assexuadas de L. fabarum.
Mais informações em doi.org/10.1098/rsos.242162
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