IPCF sobe 5% em maio e alerta para compra de fertilizantes

De acordo com a Mosaic, a alta do IPCF pede cuidado dos produtores para evitar atrasos e custos maiores

09.06.2025 | 14:11 (UTC -3)
Eliane Dalpizol

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de maio de 2025 fechou em 1,20, com uma alta de 5% em relação ao mês anterior. A variação é resultado de mais um período marcado pela queda nos preços das commodities e pelo aumento nos preços dos fertilizantes.

Os preços das matérias-primas utilizadas na produção de fertilizantes subiram, em média, 3,6, de abril para maio. Os principais aumentos observados foram no Fosfato (4%), Superfosfato Simples (5%), Cloreto de Potássio (3%) e Ureia (3%). Esse movimento de alta pressiona os custos de produção e contribui diretamente para a elevação do IPCF.

O preço médio das commodities caiu cerca de 1%. A soja apresentou estabilidade, o milho registrou uma queda expressiva de mais de 7%, e o algodão teve alta de 4%, o que não foi suficiente para reverter o cenário negativo. Essa retração está diretamente ligada ao avanço do plantio de soja e milho nos Estados Unidos, que ocorre sob boas condições climáticas; ao fim da colheita da soja no Brasil, com alta disponibilidade de grãos; e ao início da colheita da segunda safra, que apresenta bons números preliminares e expectativas positivas.

O cenário atual segue com o acompanhamento da safra de soja e milho nos Estados Unidos, que pode ser afetado por chuvas intensas, e à colheita da segunda safra no Brasil, que ainda depende de condições climáticas favoráveis para manter as boas expectativas. O aumento do índice exige atenção por parte dos produtores, especialmente com a aproximação da safra de verão. Ainda há uma parcela significativa do mercado a ser negociada, o que torna o momento de compra estratégico e sensível a oscilações do comércio.

O mercado de fertilizantes em crescimento e o aumento nas importações para atender essa demanda, gera um maior fluxo de navios, e potencial acúmulo de entregas. Soma-se a isso a limitação estrutural da matriz global de abastecimento de fósforo, concentrada em algumas geografias e pressionada por uma demanda mundial crescente. A oferta, por sua vez, permanece restrita, com os principais países produtores já comprometidos com vendas anteriormente contratadas. Não é simples converter o manejo planejado com MAP para Super Simples, apesar de já observamos algum movimento nessa direção, ele ainda não é majoritário e pode trazer implicações agronômica.

Diante do atual cenário global, marcado por possíveis restrições logísticas oriundas da China e limitações estruturais na oferta mundial de fósforo e também pressionada por uma demanda crescente podem gerar acúmulo de volumes no período de safra. Com a janela de importação mais curta e compromissos já firmados pelos principais fornecedores podemos esperar uma maior concentração para o segundo semestre. Caso o produtor postergue a decisão de compra, poderá enfrentar atrasos na entrega.

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